quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Divulgando Poeta Francisco Cândido (Berto)

A “contina” do bem te vi
Poeta Francisco Cândido (Berto)

Sinhá Marica amanheceu virada,
Aluada e com os calcanhar pra trás
Foi correndo atrás de uma bicada
Lá pras bandas da feira do Brás.

Antes, com o quengo virado,
Ela brigou com o bem te vi
Que amanheceu espritado,
Fazendo um enrolado ti,ti, ti.

E assim, feito barata tonta,
Iniciou um dialogo inusitado
Na língua de quem não é santa.
Pense como ficou arretado!

O bem te vi, bem te viii!
- Viu o que, fio duma egua?
Foi bem a cabeça do jabuti.
- Por que você não se enxerga?

E o bem te vi, bem te viiii!
- Cale a boca, bico de fole.
- Ouça o cantar do colibri
Seu cara de rola mole!

Bem te vi, bem te viii!
- Oh, bicho agourento!...
Devia morar no Buriti
Cheio de cachorro sarnento.

O bem te vi, bem te viii!
Tá pensando que viu o quê?
Chega nem perto da juriti,
Seu cara de caxinguelê.

Por acaso me viu nas intimidades,
Na cama, deitada com seu Mané?
Se Zé souber dessa infidelidade
Você vai ser refeição pro jacaré!...

Cale a boca, está roendo?
Mané só me deu um rolé
E lhe deixou sofrendo?
Imagino se fosse o Caboré.

Ele vira e mexe
Remexe e volta
Vai fundo e mexe
E só me acho na volta.

Bem te vi, bem te viii!
Oh, bicho frechado
Parece um cú de sibiti,
Só quer ser arrochado.

Vamos terminar essa prosa
Maldosa, fria e sem apreço
Mas Sinhá Marica fica dengosa
E chorosa de cair o beiço.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Convite para o lançamento de “Grandes Personagens do Sertão: A história dos esquecidos - Francisca Noélia



     


                                                          Lançamento do Livro de Francisca Noélia

    Dia 20 de setembro às 20hs
  Local: Livraria e Papelaria NOBEL
 “Grandes Personagens do Sertão: A história dos esquecidos

terça-feira, 17 de setembro de 2013

A festa de aniversário hoje é da poetisa Geralda Efigênia. Parabéns Gê!



Sou mulher

Sensível, sensitivel
Forte, guerreira
Na vida
Sou mais que um corpo
Para apreciação do macho.
Sou mais que um ombro
Para escutar lamentos.
Sou mais que dar momentos.

Sou mulher
Ativa, moderna e suficiente
Para encara quão mormente
Toda e qualquer ação que vier.

Sou mulher!
Sim sou mulher
Mãe... atenta aos momentos mal dormidos
Nos choros reconhecidos de dor e desalentos,
Nas horas de incertezas de tantas primeiras vezes.

Sou mulher!
Companheira de toda hora,
Amiga das horas certas,
Esquecida das horas certas.

Sou mulher!
Pode ter certeza...
Pra o que der e vier,
Seja o frio
Seja o siso
A alegria ou a dor
Na paraíso, eternizo,
Essa dor de ser mulher.

Geralda Efigênia de Macêdo


Mais sobre Geralda venha aqui, se gostar siga:

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Mais uma poetisa potiguar!




 
ELIZABETE JOTA DA SILVA, nascida em 17-09-1924, do signo de virgem, no sítio Água Doce município de Santana do Matos. Água Doce era distante 30 quilômetros do município de Santana do Matos. Filha de Joaquim Jota da Silva e Francisca Nunes da Silva.
Sempre foi uma criança alegre, gostava muito de se comunicar, e desde pequena que gosta de poesias, sempre fez suas poesias mais não ligava pra escrever as mesmas. Fazia só pra se distrair, e fazer o seu pai sorrir, pois o mesmo adorava literatura de cordel.
Quando tinha 7 anos de idade fez uma poesia para seu pai. Ela tinha muita vontade de estudar, mais as condições do seu pai eram poucas. Um belo dia ele saiu pra fazer a feira e chegou com um caderno, um tinteiro, uma caneta e a carta de ABC, ai disse tai minha filha pra você aprender a ler e escrever e fazer poesias pra mim. O meu agradecimento a ele foi em forma de poesia.
Pai eu não tenho nem palavras
Para lhe agradecer
Pois era o que eu mais queria
Saber lê e escrever
Para fazer poesias.
E recitar pra você.

Ai começou a minha história. Aprendi a ler sozinha mesmo, exceto a orientação dos vizinhos com o pouco que sabiam me ensinava. Naquela época um vizinho era um irmão, todos unidos. A maldade e ambição não existiam, e se existia ninguém conhecia, e fui crescendo sempre alegre, feliz com o pouco que meus pais me davam porque não era só eu de filha, éramos 6 irmãos.
Casei aos 15 anos de idade, com José Gomes de Barros, ele com 19 anos. Dessa união tivemos 15 filhos, que já me deram 18 netos e um bisneto. Há 45 anos resido no município de Angicos. Considero-me angicana de coração, pois foi aqui nesta cidade onde criei os meus filhos, onde eduquei a todos, e só não aprendeu quem não quis. Nunca fiz diferença entre meus filhos. Dei carinho por igual.
É aqui em Angicos que se encontra sepultado o meu esposo falecido em 19-04-1980 e um filho falecido em 29-02-2000.
Não tive oportunidade nos estudos, porem aprendi a ler e escrever o suficiente para registrar o dom que deus me deu, que é de fazer poesia e mostrar meus sentimentos. Pra se fazer poesia tem que ter inspiração. Tem que brotar da alma esse sentimento lindo que é a poesia. Pra nós que somos poetas, a poesia é o alimento da nossa alma.
Eu sempre digo que poesia é Arte, e Arte é um dom divino onde o artista precisa apenas aperfeiçoar pondo-a em prática. No inicio, eu fazia as minhas poesias no decorrer das minhas atividades de dona de casa, aproveitando sempre uma conversa com amigos ou mesmo com a família pra descontrair e passar o tempo.
Em 1997, Angicos completava 61 anos de emancipação política. Nesta época meu filho Júnior fundou o jornal central em 1997, lembro que ele entrou com os braços cheios de exemplares. Eu fui lendo o jornal e senti vontade de escrever as minhas poesias no jornal quando vi uma poesia de um grande poeta de Mossoró chamado Crispiniano Neto. Lendo aquela poesia vi que ele tinha o meu estilo, e ai criei coragem e comecei a colocar pra o povo os meus sentimentos, a minha Arte.
O Jornal Central me ajudou muito no decorrer da minha vida, tive muitos incentivos de amigos como Aclecivam, que o tenho como um filho, pelo respeito que ele tem comigo, e de muitos amigos que sempre me deram carinho. É esse amor de cada um que me motiva a continuar fazendo as minhas poesias. O apoio também dos meus filhos, dos meus netos também tem sido fundamental. É com incentivo deles que penso em publicar o meu primeiro livro de poesias.
Aos 89 anos de idade, lúcida no agir, no falar e no escrever, continuo sempre procurando ser justa nas minhas atitudes. Sei que o mundo avançou muito, está moderno, mas eu estou acompanhando esse avanço, com minha simplicidade mais sempre rezando e pedindo a Deus a proteção não só pra minha família, mais pra todos os meus amigos, e também pra essa juventude que tanto necessita de proteção do Senhor. Eu costumo dizer que a velhice é uma continuidade da vida, as pessoas vão perdendo coisas pelo caminho, mas as idéias permanecem vivas em nossa mente.
Sinto-me jovem. Gosto de me sentir assim conversando com os jovens, e mostrando pra eles que a vida não é só festas e badalações. A vida é saber viver sempre procurando estudar para ser um cidadão de bem, pra não ter que mendigar esmola de político, pra ser homem de verdade, sem procurar pisar ninguém.
Que é preciso incluir Deus na nossa história. Basta que objetivamente peçamos sua sábia orientação para guiar-nos em nosso futuro. Depois não fique reclamando que o tempo passou, e você não fez nada da vida. Hoje o que se vê são muitos desses jovens descrentes de tudo. Não os vemos na igreja. Eu gosto da juventude, por isso a minha preocupação.
Mesmo com essa idade, tenho muito orgulho dos meus 84 anos, pois Deus tem me dado uma família linda da qual me regozijo de todos os meus filhos, dos meus netos e meu bisneto. Sou feliz com cada um deles, porque a família é a base de tudo. Em meio a um mundo de agitação e incerteza, devemos fazer de nossa família o centro de nossa vida e a nossa maior prioridade.
A família encontra-se no centro do plano do Pai Celestial. A seguinte afirmação extraída de “A Família — Proclamação ao Mundo” declara quais são as responsabilidades dos pais para com a própria família. Acho que eu disse tudo que eu tinha pra dizer da minha família da qual é a razão maior do meu viver, mesmo ficando viúva aos 56 anos continuei sendo essa mulher que sempre primou pelo bem-estar da família.
Sou admiradora dos grandes cantores que também são compositores, Geraldo Azevedo, Nando Cordel, Jorge de Altinho, Zé Ramalho, Fafá de Belém. Sou uma mulher que gosto de pessoas honestas, acho a honestidade um valor essencial, para mim a honestidade torna as pessoas mais integras em todas as atividades ou relacionamento no qual estejam envolvidos. 

Mais sobre dona Elizabete tem aqui:


“Grandes Personagens do Sertão: A história dos esquecidos pela história”. Lançado em Currais Novos, pela Fundação José Bezerra Gomes e Prefeitura Municipal, em 12 de julho de 2013.



Lançamento do Livro de Francisca Noélia

Em Natal/RN
Dia 20 de setembro

Hora 20hs

Local: Livraria e Papelaria NOBEL