domingo, 18 de janeiro de 2009

Escritoras Potiguares - III Amostragem




Graça Graúna




Biografia


Potiguar de São José do Campestre (RN). Obteve mestrado e doutorado em Letras, pela UFPE. Desde 1985 desenvolve estudos sobre literatura infanto-juvenil e literatura indígena. Professora universitária. Membro da Comissão de Direitos Humanos D. Helder Câmara, junto à UFPE. Participa da União Brasileira de Escritores UBE/PE, do Grupo de Literatura Indígena, da Rebra e outras associações afins. Participa das antologias Águas dos trópicos (Org. por Lourdes Sarmento e Beatriz Alcântara), Talento feminino em prosa e verso II (Rebra) e a VI Antologia nau literária, entre outras. Membro atuante do Projeto Cultural ABRALI, teve destaque na participação da Antologia Literária Internacional TERRA LATINA - editada pelo Projeto - ©2005.


Auto-retrato


(...) Esta que vos fala é Graça Graúna (Maria das Graças Ferreira), potiguar de São José do Campestre (RN). Estudei as primeiras letras na Escola Pública Auta de Souza, em Macaíba (RN). A minha formação acadêmica (da Graduação ao Doutorado em Letras) foi realizada na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde ministrei Literatura Brasileira, Literatura Infantil, Teoria da Literatura e Cultura Brasileira. Atualmente sou Professora de Literatura Brasileira, Literatura Portuguesa e Teoria Literária na Universidade de Pernambuco (UPE). Sou membro da União Brasileira de Escritores (UBE), da Rede de Escritoras Brasileiras (Rebra) e outras associações afins. Escrevi "Canto Mestiço" (poemas, 1999), "Tessituras da terra" (2001). Participação em antologias e suplementos literários no Brasil e no exterior.
Assim, nos rodapés da história (de cidadã, professora, escritora, mãe, mulher, avó), esse relato é uma forma de não esquecer que ainda somos um feixe de acontecimentos. Quixote vive! (...)




Na Altura dos Sonhos

direi que é domingo
se a tua alma vem
desnuda, cantante
apascentar meus temores
agora e na hora
direi que é domingo
que haverá manhã

na altura dos sonhos
na hora última dos namorados


Tessituras da Terra - Belo Horizonte : ME

Edições: Alternativa - Coleção Milênio - 2001- pag. 34





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Hilda Melânia



Hilda Melânia Soares Costa ( Hilda Furacão ), poetisa potiguar, nascida em Natal –RN, em 09 de junho de 1962. Filha de Cristino Felipe Soares e Maria de Jesus Soares. Cursou o II grau no Instituto Padre Miguelinho em Natal. Membro da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins.Tem vários pomas em Antologias da SPVA. Vencedora do I Prêmio Lusófono, Categoria poesia.




Hilda Melânia



O Amor e a Flor

É impossível viver
Me dar algo que não sente
Se já não está contente
Eu vou te dizer porquê

É impossível viver
Sem cativar, sem amar
Sem água, sem respirar
Não dá para sobreviver

O amor é como a flor
Se não cultivado morre
Se alguém não a socorre
Morre de tristeza e dor


O Amor é uma planta
Cultivada, ela é linda
Não cultivada se finda
Se cultivada ela encanta

Tu não me deste adubo
Para poder florescer
Viscosa poder crescer
Morri, mas porque te culpo

Eu te amei mais do que pude
E você sempre adubei
Cresceste em amiúde
Jamais eu te desprezei

Você virou um gigante
Não pude mais te alcançar
Floresceu tão alarmante
Criou asas, quis voar

Aos poucos desfaleci
Porque você me esqueceu
Lentamente eu morri
Pois nada você me deu...


ANTOLOGIA LITERÁRIA

Volume 5 – SPVA-RN




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RIZOLETE FERNANDES


Maria Rizolete Fernandes nasceu na cidade de Caraúbas, Rio Grande do Norte, em abril de 1949. Bacharelou-se em Ciências Sociais pela UFRN, em 1977, tornando-se, desde então, militante dos movimentos sociais em Natal, capital do Estado, onde reside, desde 1971.
Foi dirigente da Associação dos Sociólogos do RN, do Sindicato dos Servidores da Administração Indireta do RN, do DIEESE/RN e de sucessivos grupos feministas que ajudou a criar, em Natal, a partir da redemocratização do país, nos anos 80. Presidiu, até abril de 2008, a ONG Coletivo Leila Diniz.
Tem participação em coletâneas de poesias publicadas no RN e no RS, em 2004 publicou “A história oficial omite, eu conto: Mulheres em Luta no RN”, pela Editora da UFRN e, em 2006, “Luas Nuas”, pela Editora Una, seu primeiro livro de poesias.
Em março de 2006, foi agraciada pela Prefeitura de Natal com a Medalha de Honra ao Mérito Nísia Floresta, “por relevantes serviços prestados à sociedade potiguar” e, em igual mês de 2007, a Fundação José Augusto, executora da política cultural do Governo do Estado, concedeu-lhe o Mérito Auta de Souza, na categoria “Mulheres – Poemas e Poesias”.
Atualmente, dedica-se a escrever, tendo poesias no Blocosonline, portal dirigido pela poeta carioca Leila Micollis, além de publicar no blog Verborrágicos, organizado pelo jornalista e escritor potiguar Tullio Andrade e no site www.franklinjorge.com.br
Colabora com crônicas e poesias para a revista de cultura e humor Papangu, editada mensalmente em Mossoró e seu trabalho já foi objeto de matéria da Revista Brouhaha (Ano II, número 5, e Ano III, 7), da Fundação Capitania das Artes, órgão cultural da Prefeitura de Natal.
A revista de cultura Preá (Ano VI, número 19, abr/mai 2008), da Fundação José Augusto, publicou comentário do crítico literário Anchieta Fernandes sobre o Livro Luas Nuas, assim como o artigo “Onde, o calor do abraço?”, de sua autoria.

DADOS

Nome Completo: Maria Rizolete Fernandes
Naturalidade: Caraúbas/RN
Filiação: Porfírio Fernandes e Odeth Edith de Farias
Data de Nascimento: 09 de abril de 1949
Estado Civil: solteira
Grau de instrução: superior
Natal, agosto de 2008




MULHER

Não basta ser
a outra metade
da humanidade

É preciso lutar
Conjuntamente
plantar a semente
da vida liberta

Mulher mãe irmã
da flor do amanhã



INTERROGATIVA

Onde estabelecestes

que dos gestos a calma

externaliza a paz da alma?

Como descobristes

que a dor

não precisa ser rima para o amor?

Quando atinastes

que a esperança

de esperar nunca cansa?

Por que fizestes

esse escarcéu

se há tanto azul pelo céu?

Quem, quem te deu

Autorização

Para portar a chave do meu coração?

Antologia Literária

volume 3 - SPVA





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Fênix Serália


Fênix Serália Galvão Nunes Lycurgo, natural de Natal,RN. Filha da também escritora Nísia Pimentel Galvão. Fênix é bacharel em Sociologia e
Política e licenciada em Ciências Sociais pela Universidade Federal Rn.
Escritora, poeta, contista, palestrante, artista plástica, professora aposentada, empresária
agro-industrial, é casada, mãe e avó.
Fênix pode ser identificada por sua sensibilidade poética e pela transparência de uma alma que se reclina diante do belo, da arte, do amor e da vida.
Sócia efetiva da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil – AJEB-
Tesoureira da AJEB-RN
Vice-Presidente nacional da AJEB-RN – biênio 1998-1999
Vice-Presidente da Academia Feminina de Letras do Rio Grande do Norte.
Presidente da Coordenadoria da AJEB-RN – biênio 2000-2001

Obras Literárias:
O vôo de Fênix – 1994
Antologia Nacional da AJEB – 1993 – Belém – PA
Coletânea Lumes Poéticos – 1993 – Natal – Rn
Antologia Nacional da AJEB 1996 – Porto Alegre – Rs
Coletânea 1997 – AJEB –Rn
Antologia 2001 –AJEB – Rn
Entre Parênteses:
Dedico os meus trabalhos, nesta obra, ao meu primeiro neto, Tassos Orlando Caldas Machado Galvão Lycurgo, expressão viva da mais pura configuração de um grande e doce amor.


Fênix Serália Galvão Nunes Lycurgo




Licor de Impossibilidade


Tua ausência,
Inunda o leito do rio
Da minha mansa saudade;
tua distância,
Faz transbordar o poço
Da ebulição dos meus sentimentos,
Penso em ti.
Lembro de ti.
Em devaneios
alimento todos os extraordinários sonhos,
bebendo copiosos goles
do licor da impossibilidade.
Para repousar
o afã de todos os desejos,
deito a cabeça,
no tênue travesseiro da ilusão;
aqueço o corpo
no translúcido cobertor dos pensamentos.



Antologia 2001

AJEB-Rn





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Arlete Santos



Arlete Santos, poetisa, autora do livro artesanal “ Viver para Amar.” Membro da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins –SPVA-RN. Ex – secretária da referida Instituição por três gestões. É artesã e atriz autodidata, representa Charlie Chaplin com o show Memoráveis Pantomimas.



A magnitude das mãos

Essas mãos, que outrora escreveram
Com tanta euforia, hoje
Escrevem apenas relatos da nostalgia

Essas mãos com suas dores íntimas
Compõem versos cheios de consolação
Levando a vários ouvidos notícias de amor.

Essas mãos quiseram acalmar
Todas as dores e fadigas
Saciando de um único amor
A sede de todos os amores,

Essas mãos com suas chamas ardentes
Fazem oferenda às lembranças da vida.

Essas mãos ao menos uma vez
Na vida alcançarão a perfeição?

Essas mãos escrevem palavras
Que jamais pensei e sofrimentos
Jamais experimentados.

Essas mãos que outrora compuseram
Notas de amor, hoje escrevem fortes
Golpes de ilusão.

Essas mãos por mais miseráveis
Por mais ingratas e por mais culpadas,
Estendem-se impacientes para apertarem
A todos no abraço da paz.
Essas mãos!!!
Essas mãos!!!

ANTOLOGIA LITERÁRIA

Volume 5 –SPVA-RN






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Maria do Céo


Maria do Céo Costa, nasceu em Caicó RN. É poetisa, escritora, pesquisadora, professora, geógrafa, psicanalista. Ganhou Prêmio:” 100 anos do Instituto Histórico e Geográfico do RN. – IHGRN.” Membro da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins - RN. Em 2008 foi premiada com o Troféu de Honra ao Mérito, pela Escola Estadual Berilo Wanderley.





Maria do Céo Costa





Várzea

Aí nasci,
vivi.
Lembranças agradáveis
Saudades.
Lá aprendi a linguagem do campo,
Sem pompas, sem regras, mas não desregrada.
Meu pai... o seu aboio...
Minha mãe... a harmonia...
Irmãos nos divertiam
E irmãs faziam tertúlia.
Que beleza!
Arrumei a lamparina à querosene,
Pavio branquinho...
Como clareava!!!
O banco das nossas conversas
Hoje, constato
muito contato
Com a gente simples no contexto
E que pode ser contável.


ANTOLOGIA LITERÁRIA

Volume 5 – SPVA- RN



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Lécia Maria


Lécia Maria Cavalcante Silva, nascida em Goianinha, Rn (1948 ), formada em
Pedagogia pela UFRN (1982) é Orientadora Educacional em escolas da rede pública
municipal e estadual de Natal
Este que é seu primeiro livro, fruto de suas experiências de vida, reúne poemas inéditos e outros já publicados no jornal Tribuna do Norte a partir de 1996, quando escrevera suas primeiras poesias. Politizada, preocupada com as causas sociais, escreve sempre contemplando os menos favorecidos. De olhar firme e pés no chão Lécia está sempre pronta a ajudar ao próximo.
Lécia recebeu o Troféu de Honra ao Mérito da Escola Estadul Berilo Wanderley, por ser uma das escritoras mais lidas pelos alunos da referida escola (2008 – Projeto: Difusão da Literatura Feminina Potiguar)





Lécia Maria Cavalcante Silva



Resignação

Há muito o que percorrer ainda,
Mas não me assusta
Nem me abate
O que, por certo, há de vir...
Cansada, repouso à sombra amiga
Do que ainda resta das florestas...
Com sono, reclino a cabeça
Sobre as folhagens mortas
Do mais recôndito dos jardins.
Na escuridão da noite
Busco o olhar das estrelas
Que desde menina me alumiam
E hão de velar por mim.


LIVRO - UMA JANELA PARA O MAR -




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Graziela Costa

Graziela Costa Fonseca – É natural de Macau no Rio Grande do Norte.
Licenciada em Letras (UFRN ), artista plástica e escritora.
Membro efetivo da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil- AJEB-RN.
Autora do livro de literatura infanto-juvenil: ”Estórias que Dadá Contava“ -1998. “Breves contos e Poemas Soltos” – 2001. Participou das Antologias Literárias do Grupo Comunicação de Brasília – 1999 e 2000; e da I e II Antologias da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins –1999 e 2000.
Realizou 10 exposições de Artes Plásticas e cerca de 40 participações coletivas. Participou da Antologia Nacional da AJEB – 2001.




Canto do Sabía


Fortes turbulências venho enfrentando,
Enchendo-me de medo e estranhas lembranças
altos e baixos, indo e voltando,
abalando estruturas de esperanças.

Sabendo da vida suas armadilhas,
acreditando no que posso fazer,
caminhando sigo minha trilha,
buscando coragem para não esmorecer.

Vencendo fortes ventos, tempestades de areia,
Ouvindo sereias e canto do sabiá,
Sem olhar para trás,no percurso confiar.

Tentando vencer, sem da estrada desviar,
Com pegadas firmes, pensamentos no ar,
Seguindo cantando, onde posso chegar.

ANTOLOGIA LITERÁRIA

Volume 3 – SPVA-RN

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