quinta-feira, 5 de março de 2009

PROJETO DE DIFUSÃO DA LITERATURA FEMININA POTIGUAR - VIII AMOSTRAGEM

Zelma Bezerra Furtado de Medeiros

A Escritora, Poeta e Professora, Zelma Furtado, que é também Presidente da Academia Feminina de Letras do RN e Diretora do Memorial da Mulher Potiguar, em nome dessas instituições, convida a todos e todas para abrilhantarem a Exposição de Artes Plásticas de mulheres artistas renomadas do RN, vejam o convite abaixo:
Dia 07 de março às 19 h no Espaço Cultural do Orla sul
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Evelyne Furtado

Mulheres em mim
De Eva nasci
e Eva sou,
a pecadora.
Trago Maria (no nome e no peito)
a mãe
e redentora.
A Madalena, arrependida,
do filho de Deus amiga,
tal como ela sou.
Maria Antonieta
a "pobre" rainha
também, em delírios, sou.
Joana D’arc,
antes queimada,
depois santa:
inocente e culpada
assim sou.
Emma Bovary c’est moi?
Às vezes, sim.
De Salomé,
nada tenho
não gosto de cabeças cortadas.
Madre Tereza,
Irmã Dulce:
Essas nem ouso querer ser.
Nota do Editor: Evelyne Furtado é jornalista, poetisa e cronista em Natal (RN).

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Lêda Marinho Varela da Costa


Maria


Era pesado o ferro de engomar,
Brasas vermelhas espalhavam calor
E rosto de Maria era o reflexo da dor.
Face sofrida
E semblante embrutecido
Anestesiavam seus sonhos
E Adormeciam sua emoção,
Ah, ferro a carvão!
Queimava roupas,
Queimava a vida de Maria
E como ela sofria!
Sorriso calado.
Corpo cansado
Quase sem força para soprar aquele fogo
Que não podia apagar,
Maria tinha que engomar!
E as fagulhas deixavam suas marcas
Nos caminhos que percorria,
Com horizontes fechados para a sua vida.
Cadê saída?
Lembro-me de você, Maria
Quando me envolveu num cobertor
Apagando o fogo que me consumia,
Fazendo voltar a minha alegria.
Dentro de seu jeito rude
Experimentei essa prova de amor,
Que revelou sua essência.
Com tão pouca transparência,
Quero tanto revê-la, Maria,
Recordar coisa da minha infância,
Quando você me benzia com raminhos,
Declamando orações,
Recitando ladainhas.

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