quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Este poema é para todas as professoras que iguais a mim trabalham com amor, carinho e dignidade-Flauzineide Machado, escritora potiguar.


A professora mulher
Flauzineide de Moura Machado

Esta mulher bem vestida,
De aparente boa vida,
No sábado é faxineira,
No domingo lavadeira.

Durante a semana inteira,
Ela anda bem faceira,
Trabalhando sem parar.

Esta mulher bem vestida,
De aparente boa vida,
Não mostra a idade que tem,
Já trabalhou demais,
Ainda hoje é capaz,
De executar tarefas tão bem.

Ela é uma professora,
Esforçada, batalhadora,
Mãe de família também.

Inicia o seu dia de trabalho,
Como se fosse o primeiro,
Nada para ela é ronceiro,
Aceita os desafios tão bem.

É calma, mansa, incapaz,
De fazer mal a alguém,
Dissimula ofensas,
Procurando perdoar,
Mágoas não quer guardar,
Por saber que não faz bem.

Segue em frente, trabalhando,
Suas tarefas executando,
Sem reclamar a ninguém.

Cada dia uma esperança,
Tem dentro de si a criança,
Que não fez desabrochar,
Por timidez, incerteza,
Ela não teve a destreza,
Da infância aproveitar.

A professora mulher,
Faxineira, lavadeira,
Foi dentista, foi doutora,
Advogada, defensora,
Foi adivinha também.

Esta mulher esforçada,
É artista, equilibrista,
Contadora de histórias.

Ao chegar fim do mês,
Distribui o seu salário,
Com empenho extraordinário,
Aquele ali tem que dar...

Ela ainda dá carinho,
Dá amor e de mansinho,
Continua a trabalhar.

Esta mulher tão comum,
Ainda esposa é,
É também uma grande mãe,
Esta honrada mulher!

Do livro Poética Minha
Página 127

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