Poeta tem dia?!
Poeta não tem dia, não tem hora.
Toda hora é
momento.
Mas - o que vou dizer do poeta?
Que direi à nuvem, ao céu, ao ar, ao vento,
à luz, à água, ao som, ao amor, às pessoas, ao
querer, à saudade, ao regato?
Minha voz se embarga, minhas mãos
tremulam e apenas posso olhar...
Um poeta nada pode dizer da poesia.
Deixemos isso aos críticos. Ao poeta,
deixemos o sentir, pois nenhum poderá dizer
o que é a poesia.
Tantas coisas queria dizer, escrever... mas o
fogo que me queima não se traduz em
palavras. O amor que amo não sabe dizer
meus lábios. A noite chega e se vai com o
alvorecer e ainda não conseguiria traduzi-la.
Nem falar da minha poesia... Sou poeta com a
graça de Deus e obra do destino, pois todo
poeta é fatalista e sonhador.
E também pelo próprio esforço para entender
que todas as palavras que me atropelam o
sentir poderiam nascer e brotar em cascatas
de versos e de vida.
O poeta olha, medita e recoloca a pedra no
lugar em versos. O que existe para ser
meditado ou olhado não se pode prever ou
controlar.
O material de trabalho do poeta é a
esperança, o sonho...
Sabem todos os escritores, - em especial os
poetas -, que há uma parte de sua obra que
não pode ser escolhida - é a obra quem
escolhe... Não podemos deixar de seguir o
caminho , o elemento inesperado da criação,
da inspiração, esta dádiva dos deuses.
O poeta é um inventor, um sonhador, em
última análise, um ESCULTOR DA PALAVRA!
Poeta, a PALAVRA É TUA!
Autora: Delasnieve Daspet
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