quinta-feira, 11 de julho de 2013

Ninita Lucena é poetisa potiguar de Natal

A MULHER E A LUA
Ninita Lucena

A mulher é suave como o luar
Porém tem fases e a algum lugar
Ela quer, distintamente, chegar.
Na lua nova ela quer se esconder
Misteriosamente, para ninguém a ver...
Na lua cheia ela quer a todo custo aparecer
E seu esplendor eclodir, ser vista e elogiada,
No quarto minguante, se sente minguada,
No quarto crescente, sente-se revigorada
E a esperança do seu resplendor, volta,
Animadamente ela sentimentos solta.
Pelo sol se apaixona mesmo sendo virtual,
De longe o contemplo colocando seu ideal
Nesse ser luminoso que às vezes é seu rival
Disputando o mesmo espaço azul, sideral.
Mulher é feita de contrastes e mistérios,
Ora o seu semblante e bizarro e muito sério,
Ora, feito criança, põe-se a rir no periférico
Centro do seu coração... Ama de montão,
Sua vida se povoa até de insatisfação.
Troca, assim, a realidade pela ilusão.
Mulher que muitas vezes usa a ambivalência,
Coisas que não são explicadas pela ciência...
Caminha entre amor e ódio e pede clemência
Quando alguém não a trata com carinho...
Histérica, às vezes, vive a buscar um ninho
E para o corpo desloca o meio do caminho.
Às vezes na obsessão parte para a compulsão,
Compra, repete constantemente gestos e ação
Se a fobia invade vai seguindo em contramão
Transfere para o exterior o motivo do pavor.
Mulher, mulher, simplesmente mulher...
Psicanalisada, consciente, sabe o que quer,
É forte como a morte para o que der e vier
Mulher pode-se dizer, simplesmente é MULHER.

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