quarta-feira, 2 de julho de 2014

Clevane Pessoa, poetisa potiguar de São José de Mipibu, residente em BH/MG, este espaço hoje é teu.




Foto do acervo de Clevane...

Clevane Pessoa de Araújo Lopes,




Nordestina, do Rio grande do Norte, nascida em São José do Mipibu,
residete em Minas Gerais. Nasceu em 16/07/47.
     Psicóloga clínica, atua em consultórios, Ongs e Ogs, ministra
palestras, conferências. Tem trabalhos publicados em revista especializadas,
anais de congressos. Atualmente é Delegada da ALPAS XXI (A Palavra do Século
XXI) em Minas Gerais e membro da Academia Dorense de Letras de Boa
Esperança, MG. Recentemente, tomou posse na ANELCA (Academia Nevense de
Letras, Ciências e Artes), em Neves, MG. Pertence, na Internet, a vários
grupos, sendo membro da REBRA (Rede Brasileira de Escritoras), que congrega
apenas mulheres. (biografia  atualizar)



Dançar é Escrever com o Corpo
- Clevane Pessoa de Araújo Lopes
19/05/09

Dançar é escrever com o corpo
no espaço estendido á frente,
alongar-se, encolher-se,
rodopiar,
inclinar-se.
jogar-se em absoluta confiança
no Outro que a(m)para,
depois de centenas de ensaios...
Dançar é tocar música
com gestos,com os pés,
absolutamente sem voz,
na arrasadora maioria das vezes.

Dançar é interpretar com meneios
e oscilações impressionantes
ao nosso olhar surpreso,
pois temos os pés no chão,
as nuances da mensagem,do enredo,
da palavra em das formas desenhadas
no espaço...

O corpo é o instrumento dos dançarinos:
suas mãos-libélulas,
suas mãos- borboletas,
suas mãos-colibris
escrevem versos no ar...
Seus pés com centenas de micro-fraturas,
seguem itinerários
que a cada instante
recomeçam
e recomeçam,
e se repetem...
A coluna é de borracha,de látex,de seda...
Curva-se, encaixa-se, projeta-se.
e como dói,mas que importa,
se é o centro do soma?...

O rosto parece cheio de luz
e não revela os sofrimentos
nem os cansaços...
Há um sol em cada
um dos olhos, às vezes, um luar de ouro,
pois sempre brilham de prazer,
no vício sagrado
impossível de desfazer
Já vi bailarinos em cadeiras de rodas,
cada célula a vibrar,
como se fosse um palco
particular.
Já os vi com próteses de celulóide, em pleno vôo...
Já vi os que não mais podem
bailar, tornarem-se mestres,
para que os
Outros possam dançar por eles...

Que magnífica mensagem vemos nas sapatilhas
esfarrapadas e disformes,
que foram um dia de superfície lisa e brilhante,
cetim e forma...

Quantos já dançaram com pés sangrando,
joelhos inchados, micro fraturas?

Quantos choravam lutos e perdas
enquanto sorriam?

O dançarino é feito de retalhos dos deuses,
lançados pela Terra,
para que não possam ser esquecidos
em sua divindade...
O dançarino tem um pouco de ave e de borboleta
ou libélula,ou pluma,ou floco de algodão,
ou pétala, ou toalha ,
a dançar na luz...
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Divulgação:
Fórum da Universidade Planetária
Agência Art fórum Cultural Inovatus
Direção: Ana Felix Garjan

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